
Sutileza. Talvez essa seja uma boa definição para Teresa, curta-metragem exibido ontem no Cine-PE Festival do Audiovisual.
O filme, dirigido por Renata Terra e Paula Szutan, encontra seu início em um belo par de olhos verdes. Logo descobrimos que este pertence a Teresa, uma moça de Minas Gerais que veio a São Paulo atrás do noivo, João, e do casamento.
Teresa é o que chamamos, convencionalmente, de romântica. E o romantismo, na maioria das vezes, leva à ingenuidade. Este é justamente o caso.
Apesar disso, e , provavelmente, por conta disso, o curta é de uma delicadeza iminente. Iluminação, tomadas em ângulos estratégicos e a "carinha de anjo" da atriz também contribuem de forma incisiva com tal impressão.
O ponto alto da história reside no fato de que, mesmo após se dar conta de que João não virá buscá-la na rodoviária, a esperança de Teresa permanece intacta, assim como seu ritual diário.
Todos os dias pede licença do trabalho, na lanchonete do próprio terminal, vai até o banheiro e se põe em frente ao espelho. Solta os cabelos, veste o casaco (que deve ser o predileto de João) e passa seu batom vermelho nos lábios, com uma expressão de quem nunca se cansa de esperar.
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