Por Lorena Tabosa
Começou ontem (27), no Centro de Convenções de Pernambuco, o Cine-PE Festival do Audiovisual.
A chegada do diretor Costa-Gavras levou a imprensa ao delírio. Flashes, microfones e gravadores por toda parte! Ele foi um poço de atenção, mesmo não tendo nenhuma coletiva marcada para o dia.
Os curtas digitais abriram a mostra. A Ilha, dirigido por Ale Camargo, é uma animação de qualidade, que trata dos transtornos causados pelo intenso fluxo de veículos automotivos nos dias atuais. O coitado do personagem fica preso a um canteiro, no meio de uma rodovia, ao tentar cruzar a pista. Nota-se, rapidamente, uma crítica consistente: o homem, com sua chamada "modernidade", está, na verdade, retrocedendo aos primórdios de quase selvageria.
Manual para se defender de alienígenas, zumbis e ninjas, de André Moraes, quebra um pouco a força crítica deixada no ar por A Ilha. Numa abordagem bem-humorada, o diretor explora a credulidade de dois nerds, que acreditam ter ganho um kit antimonstro em uma promoção. O ponto alto fica por conta do fato de que ninguém está livre de suspeitas, nem mesmo a avó de um dos caras!
Já em O troco, percebe-se uma forte identificação por parte do público. Ovacionado, o curta traz um casal que judia, sem dó nem piedade, de uma atendente de telemarketing. Eles fazem uso das falas e ações próprias dos atendentes, no intuito de provocar na moça aquilo que eles mesmos sentem ao serem incomodados. Aqui se faz, aqui se paga!
Entre os curtas-metragens de 35 mm está Menino Aranha, um documentário de Mariana Lacerda, que conta a história do garoto que escalava prédios no Recife e roubava o que lhe interessasse, entrando nos apartamentos através de janelas abertas.
Ana Beatriz, de Clarissa Cardoso, foi responsável pelo tempero adocicado da noite. Com um enredo voltado para as relações modernas, o vídeo provoca o encontro, mesmo que um pouco improvável, de um casal, que se conhece numa loja do shopping.
Blackout, como o próprio nome diz, se dá, na maior parte do tempo, no escuro. Mas isso não impede a compreensão, ainda mais quando temos Wagner Moura no elenco. O curta explora as picuinhas existentes no ambiente de trabalho, o que arrancou várias gargalhadas do público.
De modo geral, foi um ótimo início. O público que estava lá soube aproveitar ao máximo o que o Festival tinha a oferecer!
Foto: Gavras em meio aos repórteres (Lorena Tabosa)
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