Por Alexandre Cunha
É quase um consenso no meio cinematográfico: Marlon Brando, melhor ator da história do cinema. Vi cerca de 5 filmes do ator, número baixíssimo. Poucos, mas que me fizeram concordar com as opiniões sobre seu talento. O cara era sensacional. Mas Brando se estabeleceu como o grande ator do século por, entre outros motivos, selecionar muito bem seus projetos. Não só ele; todos os (realmente) bons atores que conquistaram espaço e credibilidade no meio hollywoodiano têm, acima de tudo, um relevante currículo.
Atualmente, diversos atores me chamam a atenção. Os oldboys - Pacino, Nicholson e cia - estão em fim de carreira. Dá medo constatar que Michael Corleone tá beirando os setenta anos. E, infelizmente, deixando a desejar em seus últimos filmes. Entre os imberbes, sempre destaco Ryan Gosling, talvez o melhor da geração 80. O canadense de 28 anos parece ter aprendido com os mais velhos a importância de, antes de tudo, construir uma carreira sólida. Toda essa introdução, porém, foi para alcançar o nome de um gordinho simpático, quarentão, que chegou pelas beiradas e hoje desponta como um dos grandes nomes na atuação contemporânea: Philip Seymour Hoffman.
Indiscutivelmente talentoso, Hoffman iniciou sua carreira "coadjuvantizando" diversas produções. Lembro que o vi pela primeira vez em Magnólia (1999, Paul Thomas Anderson) e já o achei brilhante. Sempre em "segundo plano", o nova iorquino foi se firmando, mesmo assim, no cenário mundial. Embriagado de Amor (2002, Paul Thomas Anderson), Dragão Vermelho (2002, Brett Ratner), A Última Noite (2002, Spike Lee) e Cold Mountain (2003, Anthony Minghella), entre outros, nos mostraram a aptidão de Hoffman. É então que no oscar de 2006, o Philip leva a estatueta de melhor ator - em sua primeira indicação - por sua esplêndida performance em Capote (2005, Bennett Miller). Um oscar, apesar do prestígio, traz consigo, muitas vezes, um certo descaso ao ator/atriz premiado(a). A preocupação em escolher o projeto certo parece se distanciar com a chegada da estatueta; nem que por pouco tempo. Hoffman calou minha boca e provou o contrário.
Após Capote, o ator penetrou em uma insubstituível escala de produções memoráveis. Interpretou, primeiramente, o vilão Owen Davian, na última parte da trilogia Missão Impossível (2006, J.J. Abrams). Em 2007, uma tríplice invejável: Em A Família Savage (de Tamara Jenkins), deu vida ao complexo e cômico Jon Savage. Mais tarde, em Antes que O Diabo Saiba que Você Está Morto (de Sidney Lumet), Hoffman interpreta, talvez, seu personagem mais sombrio; Andy Hanson. Ainda nesse ano, participou de Jogos do Poder (de Mike Nichols), que lhe rendeu, posteriormente, outra indicação ao oscar (dessa vez, coadjuvante). Os ainda inéditos por aqui Sinedóque, Nova Iorque e Dúvida foram aclamados mundialmente. Dúvida, indicado a cinco oscars (inclusive a terceira de Hoffman), traz o ator como um padre acusado de pedofilia. Em Sinedóque, ele vive um dramaturgo angustiado que tem problemas com as diversas mulheres de sua vida.
Agora eu pergunto: qual ator, atualmente, tem se mantido tão eficiente, em projetos tão relevantes, quanto Philip Seymour Hoffman? Edward Norton, um dos grandes, costuma escorregar e fazer baboseiras como O Ilusionista (2006, Neil Burger) e Força Policial (2008, Gavin O'Connor). Até o último vencedor do oscar, Sean Penn, desestabilizou sua ótima carreira participando de fracas produções como A Intérprete (2005, Sydney Pollack) e A Grande Ilusão (2006, Steven Zaillian). É Hoffman, portanto, o Marlon Brando do século XXI? Pergunta capciosa, injusta e, até certo ponto, inadequada. Ninguém substituirá ou ofuscará os trabalhos de Brando. Mas, ao analizar e comparar a estabilidade nos projetos, Philip Seymour Hoffman seria, hoje, o mais próximo ao mito. E, ladies and gentlemen, o gordo só tem 41 anos.
É quase um consenso no meio cinematográfico: Marlon Brando, melhor ator da história do cinema. Vi cerca de 5 filmes do ator, número baixíssimo. Poucos, mas que me fizeram concordar com as opiniões sobre seu talento. O cara era sensacional. Mas Brando se estabeleceu como o grande ator do século por, entre outros motivos, selecionar muito bem seus projetos. Não só ele; todos os (realmente) bons atores que conquistaram espaço e credibilidade no meio hollywoodiano têm, acima de tudo, um relevante currículo.
Atualmente, diversos atores me chamam a atenção. Os oldboys - Pacino, Nicholson e cia - estão em fim de carreira. Dá medo constatar que Michael Corleone tá beirando os setenta anos. E, infelizmente, deixando a desejar em seus últimos filmes. Entre os imberbes, sempre destaco Ryan Gosling, talvez o melhor da geração 80. O canadense de 28 anos parece ter aprendido com os mais velhos a importância de, antes de tudo, construir uma carreira sólida. Toda essa introdução, porém, foi para alcançar o nome de um gordinho simpático, quarentão, que chegou pelas beiradas e hoje desponta como um dos grandes nomes na atuação contemporânea: Philip Seymour Hoffman.
Indiscutivelmente talentoso, Hoffman iniciou sua carreira "coadjuvantizando" diversas produções. Lembro que o vi pela primeira vez em Magnólia (1999, Paul Thomas Anderson) e já o achei brilhante. Sempre em "segundo plano", o nova iorquino foi se firmando, mesmo assim, no cenário mundial. Embriagado de Amor (2002, Paul Thomas Anderson), Dragão Vermelho (2002, Brett Ratner), A Última Noite (2002, Spike Lee) e Cold Mountain (2003, Anthony Minghella), entre outros, nos mostraram a aptidão de Hoffman. É então que no oscar de 2006, o Philip leva a estatueta de melhor ator - em sua primeira indicação - por sua esplêndida performance em Capote (2005, Bennett Miller). Um oscar, apesar do prestígio, traz consigo, muitas vezes, um certo descaso ao ator/atriz premiado(a). A preocupação em escolher o projeto certo parece se distanciar com a chegada da estatueta; nem que por pouco tempo. Hoffman calou minha boca e provou o contrário.
Após Capote, o ator penetrou em uma insubstituível escala de produções memoráveis. Interpretou, primeiramente, o vilão Owen Davian, na última parte da trilogia Missão Impossível (2006, J.J. Abrams). Em 2007, uma tríplice invejável: Em A Família Savage (de Tamara Jenkins), deu vida ao complexo e cômico Jon Savage. Mais tarde, em Antes que O Diabo Saiba que Você Está Morto (de Sidney Lumet), Hoffman interpreta, talvez, seu personagem mais sombrio; Andy Hanson. Ainda nesse ano, participou de Jogos do Poder (de Mike Nichols), que lhe rendeu, posteriormente, outra indicação ao oscar (dessa vez, coadjuvante). Os ainda inéditos por aqui Sinedóque, Nova Iorque e Dúvida foram aclamados mundialmente. Dúvida, indicado a cinco oscars (inclusive a terceira de Hoffman), traz o ator como um padre acusado de pedofilia. Em Sinedóque, ele vive um dramaturgo angustiado que tem problemas com as diversas mulheres de sua vida.
Agora eu pergunto: qual ator, atualmente, tem se mantido tão eficiente, em projetos tão relevantes, quanto Philip Seymour Hoffman? Edward Norton, um dos grandes, costuma escorregar e fazer baboseiras como O Ilusionista (2006, Neil Burger) e Força Policial (2008, Gavin O'Connor). Até o último vencedor do oscar, Sean Penn, desestabilizou sua ótima carreira participando de fracas produções como A Intérprete (2005, Sydney Pollack) e A Grande Ilusão (2006, Steven Zaillian). É Hoffman, portanto, o Marlon Brando do século XXI? Pergunta capciosa, injusta e, até certo ponto, inadequada. Ninguém substituirá ou ofuscará os trabalhos de Brando. Mas, ao analizar e comparar a estabilidade nos projetos, Philip Seymour Hoffman seria, hoje, o mais próximo ao mito. E, ladies and gentlemen, o gordo só tem 41 anos.
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