quinta-feira, 30 de abril de 2009

Teresa emana delicadeza

Por Lorena Tabosa

Sutileza. Talvez essa seja uma boa definição para Teresa, curta-metragem exibido ontem no Cine-PE Festival do Audiovisual.

O filme, dirigido por Renata Terra e Paula Szutan, encontra seu início em um belo par de olhos verdes. Logo descobrimos que este pertence a Teresa, uma moça de Minas Gerais que veio a São Paulo atrás do noivo, João, e do casamento.

Teresa é o que chamamos, convencionalmente, de romântica. E o romantismo, na maioria das vezes, leva à ingenuidade. Este é justamente o caso.

Apesar disso, e , provavelmente, por conta disso, o curta é de uma delicadeza iminente. Iluminação, tomadas em ângulos estratégicos e a "carinha de anjo" da atriz também contribuem de forma incisiva com tal impressão.

O ponto alto da história reside no fato de que, mesmo após se dar conta de que João não virá buscá-la na rodoviária, a esperança de Teresa permanece intacta, assim como seu ritual diário.


Todos os dias pede licença do trabalho, na lanchonete do próprio terminal, vai até o banheiro e se põe em frente ao espelho. Solta os cabelos, veste o casaco (que deve ser o predileto de João) e passa seu batom vermelho nos lábios, com uma expressão de quem nunca se cansa de esperar.

MURO chega consagrado


Por Elizabete Tavares

MURO (PE) de Tião (Bruno Bezerra) chegou consagrado na noite de terça-feira ao Cine-PE após ganhar o prêmio Regard Neuf (Olhar Novo) da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2008. Filmado em Serra Talhada, sertão de Pernambuco, conta com boa fotografia e som. Não é fácil de explicar e é um exercício para os espectadores, pois não passa um sentindo “logo de cara” e deixa espaço para várias indagações e interpretações. Copos de vidro dançando sobre uma mesa, mulher enterrada no chão, um grupo de crianças apostando corrida, homens “encostados” em um muro, homens de terno correndo, um homem meio desmaiado que balbucia algumas palavras... Os diversos “núcleos narrativos” se entrelaçam e por fim se unem pelo sentimento. Ao fim da exibição o público ficou dividido entre entender, não entender, se chocar, indagar, adorar, detestar. Aproveitando que tive oportunidade de conversar com Tião, fiz uma rápida entrevista na tentativa de esclarecer seu ponto de vista e inspirações.

Elizabete: Como surgiu a inspiração para fazer o curta?

Tião: A ideia do filme foi uma das primeiras que eu tive. Ela partiu do Muro, da cena do Muro. Daí fui pensando um pouco em o que é que fazia as coisas estarem ali... E em algumas situações que falavam um pouco sobre isso. Situações que se ligavam pelo clima, pelos temas... Aí depois que eu tive essa ideia, sempre anotei outras no caderno, algumas relacionadas com foto e instalação. Eram ideias para mídias diferentes que depois quando vi se encaixavam e pareciam que todas tinham nascido umas para as outras. Depois disso passei a trabalhar no roteiro em cima de todas elas juntas.

Elizabete: Do surgimento da ideia inicial até à concretização demorou muito?

Tião:
Da primeira ideia até o fim... 5 anos. Foi um processo intercalado com Eisenstein, meu outro curta onde dividi a direção com Raul Luna e Leonardo Lacca, e também com minha faculdade de Jornalismo que estou terminando agora.

Elizabete: Em que se baseia MURO?

Tião: Não sei falar assim qual é a história... Eu defino Muro como alma no vácuo deserto em expansão. Ideias separadas que se uniram pelo sentimento. Ele fala de várias coisas e algumas histórias que são separadas e acabam se unindo às vezes não narrativamente, mas pelo sentimento mesmo e pelo que falam.

Mistéryos

Por Alexandre Cunha

Segundo longa-metragem exibido no festival, a produção curitibana Mistéryos (Beto Carminatti e Pedro Merege, 2008) deixa-nos, ao menos, uma reflexão: como um festival do porte do CINE-PE, que se dá ao luxo de receber o vencedor do oscar Costa-Gavras, tem a coragem de exibir uma obra desse nível na mostra mais importante do evento? Tão escandaloso quanto é constatar que, na mesma noite, subiram ao palco, homenageados, o lendário Fernando Spencer e a talentosa Dira Paes, atriz com mais filmes na bagagem após a retomada do cinema nacional, pós-Collor. O sentimento de frustração, durante os rastejantes 80 minutos do filme, foi, arrisco dizer, pleno.

Tentativa absurdamente equivocada de criar uma atmosfera sombria, a produção aborda três casos supostamente misteriosos. Pretensão pura. Em momento algum há, de fato, suspense na tela e a insistência nas (três) histórias risíveis torna a película numa incessante tortura cinematográfica (em todos os aspectos, todos). O roteiro, beirando o amadorismo, se utiliza de fórmulas clichês (e altamente mal usadas) para dar fluência à narrativa. O uso de legendas, transmissões radiofônicas e depoimentos dos personagens demonstram preguiça e pragmatismo por parte dos idealizadores. A narração em off desgasta e diálogos como "- tô esperando meu namorado./ - enquanto ele não chega, eu te faço companhia." extermina a paciência presente em cada alma cinéfila. Se há algum ponto não tão negativo no filme, é a fotografia. Quase sempre escura, é adequada à proposta do enredo.

Os atores fazem o que pode com a estupidez que lhes fora incumbida. Mas, só de participar de algo do tipo, é condenável. Carlos Vereza, grande ator, parece não mais se importar com as produções que adentra. Depois do protótipo de novela "Bezerra de Menezes: O diário de um espírita", o veterano intérprete mancha ainda mais sua carreira com "Mistéryos". Merece certo mérito, porém, por, ainda que dentro do absurdo, conseguir extrair uma atuação eficiente. Seria mais interessante, entretanto, utilizar a competência que possui em algo relevante. Atores das simulações do extinto Linha Direta seriam, certamente, adequados a esta produção, que me fez sentir saudades de Você Decide.

Ao acender das luzes, os remanescentes espectadores (leia-se batalhadores) agradeciam. Não aos realizadores, não à organização, mas à inflexibilidade do tempo que, ainda bem, não se atrasa. Nos créditos, orei. Implorei aos deuses cinematográficos para que os próximos longas do festival não sejam tão 'longos'. Que minha fé não seja abalada.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Eiffel provoca reflexão em 2ª noite de Cine-PE


Por Elizabete Tavares

Na noite de ontem um dos curtas mais esperados foi o experimental Eiffel, do jornalista e crítico de cinema pernambucano Luiz Joaquim, que trouxe reflexões de política, estética e arquitetura; traçando um paralelo entre a harmonia da torre Eiffel, cartão postal de Paris, e a desarmonia das torres residenciais gêmeas do Cais de Santa Rita, que destoam completamente da arquitetura onde estão localizadas.

“Ano passado (2008), revendo Os Incompreendidos , de François Truffaut, pensei que seria muito interessante se eu pudesse fazer no Recife o que ele fez com Paris homenageando a Torre Eiffel, um belíssimo ícone da cidade, enfim, um símbolo, pensei: será que a gente não tem um símbolo aqui no Recife que podia fazer isso? E não cheguei a nenhuma conclusão. Depois, pensei que temos um símbolo, mas por um motivo oposto, na verdade, uma negação do que é de bom gosto no sentido da estética. Um “ monumento” que já tinha criado uma grande polêmica velada: as torres residências gêmeas do Cais de Santa Rita”, disse Luiz Joaquim, em entrevista concedida ao Cineclube Revezes.

Assim como na abertura do filme Os Incompreendidos, onde a câmera percorre Paris observando de longe a Torre Eiffel, as “ Torres Gêmeas recifenses” foram filmadas de diversos ângulos fazendo uma crônica onde a música ajuda a acentuar e ilustrar as imagens.

Apesar de simples e curto, Eiffel passa bem “seu recado” e chama atenção das pessoas para esse assunto relevante, “ brinca” com seriedade e encerra com uma frase provocante: Cada lugar tem o monumento que merece!

Curtas do cotidiano urbano

Por Laís Sampaio

Um pequeno momento de prazer que representa um longa. Quase isso é a proposta dos curtas no Cine PE. A noite da terça-feira foi marcada de curtas com passagens do dia-a-dia na Mostra Competitiva de Curtas Digitais e em 35MM.

Selos, de Gracielly Dias (CE), é repleto de metáforas quanto à história de um menino de família humilde que com a ajuda do carteiro coleciona selos, mas que ao descobrir o caso de sua irmã com o seu “ajudante a colecionador”, bloqueia seus sentimentos e coloca um ponto final nessa viajem ao mundo.

6.5 Megapixels, de Michelline Helena, Gláucia Soares e Janaina de Paula (CE), relata sucintamente por um postal em preto e branco (a verdadeira imagem da cidade), o boletim de ocorrência depois de um roubo da câmera fotográfica de 6.5 megapixels em uma praia turística de Fortaleza. Simples, porém esteticamente cinematográfico. O diálogo é produzido pela própria diretora do curta digital e foi feito para seu curso de especialização.

Distração de Ivan, de Cavi Borges e Gustavo Melo (RJ), que é uma parceria com o grupo coletivo Nós do Morro (RJ) mostrou que a produção da sétima arte “engrandece” com uma participação global (o ator André Gonçalves faz uma pequena aparição) do eixo Rio-São Paulo e narra a observação de Ivan com os dias em seu bairro. De boa fotografia, o curta mostra fatos reais de uma visão infantil perante o mundo de hoje.

Um pequeno clichê, mas curta o curta. É esse o propósito das exibições que com o decorrer da semana, esperamos mais inovação e destaque.

Noite de curtas-metragens e grandes homenagens

Por Laís Sampaio

A segunda noite do Festival do Audiovisual de Pernambuco, o Cine PE, seguiu mais movimentada e repleta de homenageados ao Troféu Calunga. Grande maioria do público foi em busca dos curtas Eiffel e Muro, de Luiz Joaquim e Tião, respectivamente, da nova classe de cineastas da cena pernambucana.

O primeiro homenageado da noite foi o cineasta Fernando Spencer (PE), mais conhecido como o “cineasta das três bitolas” (super 8, 16 e 35MM). Spencer não é reconhecido somente como um roterista e diretor, mas, como um pesquisador e registrador de cinema local, ao marcar a época usando Super 8 em Pernambuco. Sua trajetória como cineasta começou em 1969 com um curta experimental e hoje possui 8 longas e 37 curtas, o último apresentado nesta noite do Cine PE. O hors concours Nossos Ursos Camaradas foi o primeiro curta apresentado após a premiação de Spencer, relatando um jogo de comparações entre os primeiros ursos que chegaram da Itália ao Recife em 1920, com as la ursas do Reinado de Momo e com os homens da modernidade. Ursos e homens, todos eles são camaradas.

Dentre as mostras competitivas de curtas digitais e curtas-metragem em 35MM, o documentário Nello’s, de André Ristum (SP), apresenta em uma narrativa de primeira pessoa super delicada e sensível, a história do ator Nello de’ Rossi entre o cinema e seu restaurante expressando que: “Na vida tem que fazer o que você gosta se não acaba trabalhando. Cuidado!”. O Teteco, de Glauco Kuhnert (RJ), foi todo filmado em câmeras de celulares e mostra a inclusão dessa tecnologia na parte do cotidiano urbano de todos.

TV, cinema e teatro. Dira Paes foi a segunda homenageada da terça-feira por ser a atriz com mais filmes nacionais no currículo. Ao todo foram em torno de 20 filmes, onde o primeiro foi aos 15 anos, The Emerald Forest (1985). Dira é uma atriz completa, tanto que produz há seis anos o cinema da Região Norte do país, o Festival de Belém do Cinema Brasileiro. Durante a premiação ela falou da importância do Cine PE como ponte para o cinema brasileiro, do orgulho de ser homenageada ao lado de Costa-Gavras (homenageado da noite anterior) e dedicou o Troféu Calunga ao seu filho Inácio, que está dando seus primeiros passos.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Filme de Costa-Gavras divide opiniões no Festival

Por Gabriela Alcântara

O diretor Konstantinos Gavras, conhecido mundialmente por seus filmes críticos como Amém (Amen), Z, O Quarto Poder (Mad City), entre outros, esteve ontem no Cine-PE para apresentar o seu último filme: Eden À L’Ouest (Éden ao Oeste), uma ficção de 2009 que fala sobre os imigrantes ilegais na França e o tratamento que eles recebem.

A película de Gavras fugiu um pouco do tom dramático comum aos seus filmes, tratando a temática com toques de humor e uma narrativa mais leve, porém sem perder a sensibilidade e o tom crítico e inteligente. Com algumas sacadas geniais em meio ao humor, Éden ao Oeste conta a história de Elias (Riccardo Scamarcio), um imigrante ilegal que deseja ir a Paris em busca de emprego.

Graças à mudança de tom na narrativa, o filme de Costa-Gavras acabou por dividir opiniões entre os espectadores, que já estavam acostumados com o tom mais sério de seus trabalhos anteriores. Pedro Correia de Araújo, 19 anos, disse esperar mais de um filme de Gavras. Já Milton Raulino, 20 anos, gostou do uso do humor e da leveza para explanar algo que é polêmico.

Não é de se estranhar as opiniões divididas em relação a um filme de Costa-Gavras, diretor que sempre teve seus filmes extremamente criticados ou aplaudidos. Mas como todo cinéfilo sabe, cinema é polêmica, e se um filme não gera discussão, então não é um bom filme, é novela das oito.


Foto: Cena de Éden ao Oeste

Documentarista lança livro no Cine-PE

Por Aline Fontelli

A documentarista Karla Holanda lançou, dentro da programação do Cine-PE Festival do Audiovisual, o livro ‘Documentário Nordestino – mapeamento, história e análise’. A obra é resultado do mestrado da autora pela Unicamp.

Karla falou que a ideia do livro nasceu quando, em análise sobre a história do documentário, ela viu que o foco principal se dava nas produções do eixo Rio – São Paulo. No entanto, o Nordeste é responsável por uma grande ‘safra’ desse gênero cinematográfico.

“No Nordeste se produz bastante e não existe uma atenção voltada para essa produção”, disse a autora, que já produziu uma série de documentários, muitos deles sobre a vida de escritores brasileiros.

Karla já está trabalhando em seu doutorado e na conclusão de seu próximo documentário: “O cinema é Brasileiro”. O filme fala sobre a dificuldade de fazer cinema no Brasil.

Foto: Karla Holanda, no lançamento do livro ‘Documentário Nordestino – mapeamento, história e análise’.

Curta: O troco

Por Luiza Assis

"Espero que todos gostem, deem muitas risadas e se divirtam muito". Com essa curta e simples aparição, o produtor de O troco, aplaudido, desceu do palco. Confesso que esperava apenas mais um filme ‘engraçadinho’, até mesmo pela temática que apresentava: o telemarketing, que já virou piada no Brasil. Mas fui surpreendida. Com um roteiro ágil e inteligente, o filme mostra que não é preciso ter grandes investimentos pra fazer um trabalho de qualidade.

O curta traz a história de um casal que recebe a ligação de uma operadora de telemarketing e resolve ‘dar o troco’, fazendo 'o feitiço virar contra o feiticeiro'.

A fotografia é simples, são apenas dois cenários e três atores, que se encaixaram perfeitamente nos seus respectivos papéis. Com esse plano de poucos luxos, o curta foi o mais aplaudido da noite.

O filme paulista fez parte da noite que abriu ‘com chave de ouro’ o Cine PE Festival do Audiovisual, e fica a torcida para que a semana mantenha o mesmo nível dos filmes apresentados na abertura.

Cine PE tem início positivo!

Por Lorena Tabosa

Começou ontem (27), no Centro de Convenções de Pernambuco, o Cine-PE Festival do Audiovisual.

A chegada do diretor Costa-Gavras levou a imprensa ao delírio. Flashes, microfones e gravadores por toda parte! Ele foi um poço de atenção, mesmo não tendo nenhuma coletiva marcada para o dia.

Os curtas digitais abriram a mostra. A Ilha, dirigido por Ale Camargo, é uma animação de qualidade, que trata dos transtornos causados pelo intenso fluxo de veículos automotivos nos dias atuais. O coitado do personagem fica preso a um canteiro, no meio de uma rodovia, ao tentar cruzar a pista. Nota-se, rapidamente, uma crítica consistente: o homem, com sua chamada "modernidade", está, na verdade, retrocedendo aos primórdios de quase selvageria.

Manual para se defender de alienígenas, zumbis e ninjas, de André Moraes, quebra um pouco a força crítica deixada no ar por A Ilha. Numa abordagem bem-humorada, o diretor explora a credulidade de dois nerds, que acreditam ter ganho um kit antimonstro em uma promoção. O ponto alto fica por conta do fato de que ninguém está livre de suspeitas, nem mesmo a avó de um dos caras!

Já em O troco, percebe-se uma forte identificação por parte do público. Ovacionado, o curta traz um casal que judia, sem dó nem piedade, de uma atendente de telemarketing. Eles fazem uso das falas e ações próprias dos atendentes, no intuito de provocar na moça aquilo que eles mesmos sentem ao serem incomodados. Aqui se faz, aqui se paga!

Entre os curtas-metragens de 35 mm está Menino Aranha, um documentário de Mariana Lacerda, que conta a história do garoto que escalava prédios no Recife e roubava o que lhe interessasse, entrando nos apartamentos através de janelas abertas.

Ana Beatriz, de Clarissa Cardoso, foi responsável pelo tempero adocicado da noite. Com um enredo voltado para as relações modernas, o vídeo provoca o encontro, mesmo que um pouco improvável, de um casal, que se conhece numa loja do shopping.

Blackout, como o próprio nome diz, se dá, na maior parte do tempo, no escuro. Mas isso não impede a compreensão, ainda mais quando temos Wagner Moura no elenco. O curta explora as picuinhas existentes no ambiente de trabalho, o que arrancou várias gargalhadas do público.

De modo geral, foi um ótimo início. O público que estava lá soube aproveitar ao máximo o que o Festival tinha a oferecer!
Foto: Gavras em meio aos repórteres (Lorena Tabosa)

sábado, 25 de abril de 2009

Para os produtores de plantão!

Por Aline Fontelli

De maio à outubro deste ano, chega ao Recife a ‘Mostra TV no Parque’, que será realizada abertamente no Parque 13 de Maio.

O evento será realizado sempre no último domingo de cada mês e irá selecionar os melhores vídeos produzidos dentro dos temas “Identidade cultural” e “Direitos humanos”. Os filmes poderão ser realizados em qualquer linguagem, e devem ter entre 1 e 5 minutos de duração.

A cada edição do evento, o público presente irá escolher os seis melhores vídeos entre os exibidos - que também serão apresentados na TV Universitária de PE - e os vencedores serão contemplados com o prêmio de mil reais.

A Mostra TV no Parque está aberta para todo o Brasil, porém, só participarão da premiação os vídeos realizados especificamente em Pernambuco.


Mostra TV no Parque começa em maio.



O evento é uma realização dos coletivos Media Sana e Ventilador Cultural, em parceria com a Plural Projetos e Produções Artísticas e patrocinado pela Fundarpe/Funcultura.

As inscrições já estão abertas e poderão ser feitas pelo site www.mediasana.org , onde estão disponíveis maiores informações.

Ayrton Senna em novo documentário

Por Aline Fontelli


A produtora inglesa Working title films, que tem na bagagem filmes como ‘Queime depois de ler’ e ‘Frost/Nixon’ trabalha agora seu mais novo projeto, um documentário sobre o ex-piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna.

O filme, que será dirigido pelo também inglês
Asif Kapadia, começará
a ser filmado em maio deste ano – época em que os 15 anos da morte do piloto serão lembrados - e contará com depoimentos de pessoas que trabalharam com ele na época em que corria pela Fórmula 1 e com pessoas da família do ex-piloto.

Este não
é o primeiro filme sobre a vida de Ayrton, que se tornou o ‘Pelé’ das corridas de carro e logo conseguiu fama internacional diante de resultados nunca antes alcançados, se consagrando como um dos melhores pilotos da história do automobilismo.

Um outro documentário, intitulado “A star Called Ayrton Senna” (Uma estrela chamada Ayrton Senna) foi produzido em 1998, sob a direção de Ellen Goosenberg Kant.


Mostra Pernambuco de curtas-metragens começa neste sábado

Por Aline Fontelli


Amanhã, às 19h terá início a Mostra Pernambuco de competição de curtas-metragens, que vem em seu segundo ano de edição, valorizando a produção audiovisual pernambucana.

O evento faz parte da programação do Cine-PE: Festival do audiovisual, que terá abertura oficial na segunda-feira (27), no anfiteatro do Centro de Convenções e está em sua 13° edição.

Vale salientar que os filmes que serão exibidos amanhã e domingo, na Mostra Pernambuco, também fazem parte da competição de curtas do Cine-PE e os seus vencedores serão anunciados no dia 3 de maio, junto com as outras premiações, no encerramento do festival.

Enquanto o maior festival de cinema do Nordeste não começa oficialmente, os cinéfilos de plantão já vão poder se aquecer para o evento comparecendo à Fundaj, onde serão exibidos os curtas em sessões abertas ao público.


*Foto: Hotel do coração partido, de Raoni Assis.


Programação:

Sábado – 25 de abril

“Ô de Casa” (Documentário, Direção: Júlia Araújo e Sheyla Florêncio, 16’)
“Depois do Jantar” (Ficção, Direção: Alba Azevedo e Nara Viana, 09’)
“Ave Sangria – Sons de Gaitas, Violões e Pés”, Documentário, Direção: Raynaia Uchôa, Rebeca Venice e Thiago Barros - 20’)
“Feito Algodão Doce” (Ficção, Direção: Natali Assunção, 10’)
“A Invenção do Cotidiano” (Documentário, Direção: Diogo Luna, 20’)
“Tebei” (Documentário, Direção: Gustavo Vilar, Hamilton Costa Filho, Paloma Granjeiro e Pedro Rampazzo, 20’)
“Prenúncio” (Ficção, Direção: Adriano Portela, 17’)
“O Trambolho” (Animação, Direção: André Rodrigues, 02’)
“Na Terra do Coração” (Ficção, Direção: Caroline Quintas e Renata Monteiro, 06’)

Domingo – 26 de abril

“Memória Irreversível” (Documentário, Direção: Milton Pinheiro e Vanessa Loreto, 16’)
“Amigo é pra Essas Coisas”, (Ficção, Direção: Rafael Dantas, 14’)
“Malunguinho: O Guerreiro de Catucá, O Rei da Jurema” (Documentário, Direção: João Batista Júnior, Diego Mendes e Luis Otávio, 18’)
“Eu Sou Lia” (Documentário, Direção: João Rafael, Juliane Caroline e Milena Santos, 20’)
“Da Fotodocecópia à Água que Move a Vespa” (Documentário, Direção: Mariana D’Emery e Raphaela Spencer, 15’)
“Cinco e Meia” (Ficção, Direção: Alice Gouveia, 17’)
“Travessia – Um Rio e Algumas Histórias” (Documentário, Direção: Tiago Martins Rêgo, 14’)
“Hotel do Coração Partido” (Animação, Direção: Raoni Assis, 05’)

Local: Fundação Joaquim Nabuco
Horário: 19h
Entrada Franca

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O escafandro e a borboleta

Por Lorena Tabosa


Incrível a capacidade de criação dos franceses...
O que é um único olho como ângulo cinematográfico senão um serpeante caminho rumo aos verdejantes vales da salvação? Principalmente quando já se está à beira de um ataque de nervos frente à mera possibilidade de o cinema francês terminar encurralado na convenção 'Amélie Poulain'.
Mas, calma! Antes que os amantes do casório verde-vermelho saquem as pedras e desentolem os chicotes, deixe-me explicar. Não é que, absolutamente, não goste de Amélie. Ao contrário, considero-a uma criatura essencialmente humana. No entanto, haveremos de convir que "rotas" diversas são necessárias, não apenas na sétima arte, mas em todas. A mesmice não é arte, é decoração.
Jean-Dominique Bauby. Confesso que prefiro Jean-Do. Que seja, então!
Jean-Do. Borboleta. Aprisionada num escafandro. Mas não nas condições usuais, nas quais o escafandro seria um eficiente protetor para seres não-aquáticos quando em contato com as profundezas marinhas.
Não. Dessa vez, o escafandro vem sob o papel de "porta-grilhões", atando a borboleta-sedenta-de-vida às suas próprias memórias, obrigando-a a repensar atitudes, decisões.
Atou-a à liberdade. A liberdade que vem colada ao fim das ilusões, do imediato, do avassalador. A liberdade que dói.
A dor de Jean-Do reside em sua própria existência. E nesse ponto, nós, humanos, somos todos "farinha do mesmo saco". Afinal, o que são nossas dores, sejam de ordem física ou psicológica, senão frutos do escafandro chamado existência?


Ficha técnica:

Título original: Le Scaphandre et le Papillon
Direção: Julian Schnabel
Elenco: Mathieu Amalri, Marie-Josée Croze, Jean-Pierre Cassel, Lenny Kravitz, Max Von Sylow
Ano de lançamento: 2007


quarta-feira, 1 de abril de 2009

REVEZES APRESENTA


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Mais informações: cinerevezes@hotmail.com